O QUE É TEXTO?

 


            Textos circulam entre nós a todo momento, estão por toda parte. Em casa, nas ruas, nas escolas, supermercados, na televisão, no rádio, na internet. Mas o que de fato é, um texto?

            O conceito de texto pode ser conhecido de maneiras ampla e diversas, dessa forma, desde as origens as Linguística do texto até nossos dias, o texto foi visto de diferentes formas. Segundo Platão e Fiorin (2000, p. 17), um texto deve conter coerência de sentido, pois não podemos apenas dispor um conjunto de frases sem conectá-las adequadamente umas às outras.

          Para Koch (1992), o texto poderia ser conceituado como uma manifestação verbal constituída de elementos linguísticos intencionalmente selecionados e ordenados em sequência, durante a atividade verbal. Dessa forma, o conceito de texto depende das concepções que se tenha de língua.

        Dialogando com essa mesma posição Schmidt (1978, p.170), diz que texto é: “qualquer expressão de um conjunto linguístico numa atividade – no âmbito de um jogo de atuação comunicativa – tematicamente orientada e preenchendo uma função comunicativa reconhecível, ou seja, realizando um potencial ilocucionário reconhecível.”

           Definição de texto proposta por Beaugrande (1997) diz que, “o texto é um evento comunicativo no qual convergem ações linguísticas, cognitivas e sociais”, são criados e utilizados de acordo com a necessidade de comunicação do indivíduo. (MARCUSCHI, 2010).

       De forma mais ampla e inserindo outras formas de linguagens, Martins (1994), apresenta o conceito de leitura e a relevância de outras linguagens para a compreensão textual: Seria preciso, então, considerar a leitura como um processo de compreensão de expressões formais e simbólicas, não importando por meio de que linguagem. Assim, o ato de ler se refere tanto a algo escrito quanto a outros tipos de expressão do fazer humano, caracterizando-se também como acontecimento histórico e estabelecendo uma relação igualmente histórica entre o leitor e o que é lido (MARTINS, 1994, p. 30). 

      Nesse sentido, textos podem ser construídos a partir não apenas pelo uso da linguagem verbal, mas pela utilização de outros recursos semióticos, ou seja, “a noção de texto é ampliada, não mas fica restrita ao que está escrito, mas abra-se para englobar diferentes linguagens.” (MARTINS, 1994, p.33) pois remetem a elementos sociocognitivos necessários à interpretação.

       Dentro destas diversas concepções do que é texto, encontram-se os textos digitais. Com a tecnologia digital presente no cotidiano de muitas pessoas, a sociedade atual está adotando a prática de leitura e escrita no meio online possibilitando aos indivíduos contemporâneos direta participação no ambiente digital.

     Textos digitais constituem não apenas textos verbais, como também imagéticos, objetos em movimento, sons, cores e disposições dos textos. Nesse contexto definido como textos multimodais – “qualquer texto cujos significados são realizados por meio de mais de um código semiótico” (KRESS & van LEEUWEN, 2006, p. 177).

     Em suma, nessa era da informação tudo é texto. Uma música, um outdoor, um anúncio publicitário, histórias em quadrinhos, pinturas, memes, um filme, uma notícia no jornal, um post no Instagram, enfim, as mais variadas formas de informar, comunicar, veicular sentidos são texto.

 

Referências

BEAUGRANDE, Robert-Alain de. New foundations for a science of text and discourse: cognition, comunication, and the freedom of access do knowledge and society. Norwood: Ablex publishing corporation, 1997

SCHMIDT, S. J. (1978) Linguística e Teoria do Texto. São Paulo: Pioneira.

KOCH, Ingedore G.V. A inter-ação pela linguagem. São Paulo, Contexto, 1992.

MARTINS, Maria H. O que é leitura. 19. ed. São Paulo: Brasiliense, 1994.

MARCUSCHI, Luiz Antônio; XAVIER, Antonio Carlos. Hipertexto e gêneros digitais: novas formas de construção de sentido. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2010.

FIORIN, José Luiz; PLATÃO, Francisco Savioli. Lições de texto: Leitura e redação. 4. ed. São Paulo: Ática, 2000.

KRESS, Gunther; van LEEUWEN, Theo. Reading images: the grammar of visual design. 2.ed. Londres, Nova York: Routledge, 2006.


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